Publicado em 19 de fevereiro de 2025
Diário do Comércio

Juro médio do rotativo sobe em dezembro para 450,5% ao ano, diz BC

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 4,6 pontos porcentuais entre novembro e dezembro, de 445,9% (dado revisado) para 450,5% ao ano, informou o Banco Central nesta segunda-feira, 27/1.

A taxa do parcelado passou de 183,2% (dado revisado) para 171,2% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 82,1% (dado revisado) para 76,9%.

O Congresso Nacional definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer no dia 3 de janeiro de 2024.

As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa nem sempre é efetivada, já que os consumidores normalmente ficam "pendurados" no cartão por apenas dias ou semanas.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que a instituição não pretende descontinuar essa série histórica porque ela ainda serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também porque é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo.

ENDIVIDAMENTO

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 48,1% em outubro (dado revisado) para 48,2% em novembro, informou o BC. O recorde do indicador, que mede a relação porcentual entre o saldo das dívidas das famílias e a renda acumulada em doze meses, foi atingido em julho de 2022, com 49,9%.

Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento passou de 30,1% em outubro (dado revisado) para 30,2% em novembro.

O programa Desenrola, encerrado em maio do ano passado, promoveu a renegociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas, ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Ministério da Fazenda, ele levou a uma queda de 8,7% na inadimplência da população de baixa renda, público prioritário do programa. Das 15,06 milhões de pessoas atendidas, 5 milhões eram desse grupo e negociaram, somados, R$ 25,43 bilhões em débitos.

O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) se manteve em 26,3% de outubro para novembro. Sem contar os empréstimos imobiliários, se manteve em 24,2% (dado de outubro revisado).

ESTOQUE TOTAL DE CRÈDITO

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 1,4% em dezembro, na comparação com novembro, informou o BC. O estoque atingiu R$ 6,427 trilhões, o que representa uma alta de 10,9% em 2024.
 
O saldo para pessoas físicas avançou 0,8% em dezembro e 12,1% no ano. Para empresas, subiu 2,3% no mês passado e 9,1% em 2024. O estoque de crédito livre aumentou 1,7% em dezembro. O do crédito direcionado, com recursos do BNDES e poupança, cresceu 0,9% na mesma comparação.
 
Entre os recursos livres, o saldo para pessoas físicas avançou 1,0% e o estoque para as empresas subiu 2,7%. O total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 54,2% em novembro (dado revisado) para 54,4% em dezembro.
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